Manuel Queiroz

"Pedro Emanuel despediu-se dos relvados com mais um título de campeão nacional Pedro Emanuel não foi formado no FC Porto, não era o nº2 (ainda que fosse o nº 3), chegou aos Dragões só em 2003 e já quando a sua carreira ia alta, mas deixou uma marca e mereceu uma homenagem na festa da apresentação da equipa no passado sábado.

Nestes seis anos que esteve no FC Porto num ano nem jogou, por causa da lesão, na época passada foi suplente, a Selecção foi uma miragem. Ou seja, esteve longe de ser aquilo a que se chama um titular fixo das equipas de Mourinho, Adriaanse ou Jesualdo Ferreira. E mesmo assim deixou uma marca indelével.
No fundo, foi um exemplo pela eficiência que teve sempre que foi chamado, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Recordo que na época passada chegou a alinhar a defesa-direito e a defesa-esquerdo em jogos importantes (com o Sporting, por exemplo, na Taça de Portugal e no campeonato), posições para que nunca esteve fadado, menos ainda quando a velocidade lhe faltava ainda mais. Mas ele estava lá e o treinador confiava nele para situações difíceis.
Um jogador é muito mais do que um atleta e Pedro Emanuel mostrou-o ao longo da sua carreira que, recordo, teve um grande impulso quando Filipovic o treinou no Boavista. "É o Pedro Emanuel e mais dez", dizia-me então "Fili", mesmo com a equipa a perder. Filipovic saiu ao fim de pouco tempo, mas o tempo mostrou que o treinador sérvio tinha inteira razão.
Acabou a carreira, tem outra à frente porque já era treinador no campo, como dizia Mourinho, e por isso pode ser mesmo treinador fora do campo. Começa pelos juvenis, chegará aos seniores, porque tem cabeça e fibra e porque estudou com alguns dos melhores técnicos do mundo. E se é um homem inteligente, aprendeu. Creio que não me enganarei se disser que vai ser um dos treinadores do futuro, se tiver tempo para assentar nessa nova profissão. "

Sim senhor, um grande senhor. Parabéns capitão.